Por Joaquim Lopes, CEO da 4yousee e mestre em Métodos Ágeis
Na última semana estive na 33ª Convenção Nacional da Central de Outdoor, em Florianópolis-SC.
O evento, que foi aberto oficialmente com um coquetel na última quarta (13/3), seguiu pela quinta-feira com palestras durante todo o dia e intervalos para networking entre os blocos de conteúdo, terminando com um jantar oferecido pelos patrocinadores. Na sexta houve mais uma rodada de palestras pela manhã seguida por um almoço de confraternização e encerramento.
Agrupei os destaques de conteúdo em 4 blocos para dar uma visão ampla das principais temáticas do evento:
As faces de LED para publicidade invadem a cena em todo país, principalmente nas grandes cidades. No entanto, a grande maioria do inventário de publicidade OOH é de faces estáticas, que usam papel ou lona. Por isso, o tema de digitalização do inventário segue sendo assunto relevante nos eventos da Central do Outdoor.
Diversas palestras abordam o assunto sob diferentes aspectos, que vão desde a discussão de números que comprovam maior rentabilidade das faces digitais, benefícios operacionais, e também a criatividade e ousadia das empresas fornecedoras em criar soluções financeiras e operacionais para que a adoção de LED pelos donos de espaços tenha o menor atrito possível.
Desde o ano passado a Central do Outdoor vem fazendo um trabalho de catalogar e organizar todo o inventário de seus associados. O objetivo desse esforço, além de entender a quantidade total de faces e suas características como distribuição geográfica, audiência e formatos, é permitir que esse inventário seja acessado por agências de planejamento OOH e para os digitais, que possam receber anúncios de forma automatizada através de marketplaces e plataformas de mídia programática.
Aliás, a mídia programática, que se refere à possibilidade de que inventários digitais possam ser comprados por robôs da internet de forma automatizada, é um fator que tende a aumentar a velocidade de digitalização do inventário das empresas de OOH em todo país.
Este tópico, que seria um excelente nome para uma palestra :-), agrupa discussões que tratavam da relação das interfaces com a cena urbana, discutia questões de legalização, leis cidade limpa, arquitetura e urbanismo. Afinal, as faces de publicidade compõem o landscape das cidades e projetos bem executados podem gerar valor para os locais, além de renda para empresas, pessoa e para a própria cidade.
Explico: uma vez que, para controlar uma tela já temos um computador conectado à internet no local, e cada vez mais usamos sensores diversos e câmeras para melhorar experiência e compreensão sobre a audiência, podemos utilizar toda essa tecnologia para ajudar o poder público a monitorar e prover serviços nas ruas, aumentando segurança e comodidade para toda população.
Houve também discussões e palestras sobre números importantes do segmento. Por diferentes ângulos que se analisa o tema, existe uma concentração muito grande de dinheiro. A grande maioria da verba é gasta por poucas marcas, em poucas empresas exibidoras, de forma muito concentrada, e predominante em ativos digitais. Com isso surgem desafios para que a empresas regionais se profissionalizem, atuem em rede, digitalizem seus inventários. Dessa forma, aumentam as chances de receber mais recursos que atualmente estão sendo em sua grande maioria direcionados para um grupo muito pequeno de empresas.