2025 marca a consolidação do OOH e abre espaço para um futuro sustentável em 2026

Quando olho para 2025, sinto um misto de orgulho e responsabilidade. Foi um ano marcante para o setor de mídia OOH no Brasil, um período em que consolidamos nossa recuperação pós-pandemia e aceleramos transformações que já vinham tomando forma. Com as pessoas de volta às ruas e espaços públicos, o OOH retomou seu lugar de destaque no cotidiano, provando mais uma vez sua relevância. 

Como presidente da Central de Outdoor, pude testemunhar de perto a resiliência e a capacidade de reinvenção do nosso meio. Não foram apenas bons números, mas um avanço real na forma de fazer as coisas. 2025 mostrou que a mídia exterior segue viva, criativa e em plena expansão, integrada aos novos hábitos dos brasileiros.

Os resultados falam por si. Hoje, o OOH responde por aproximadamente 11,8% de todo investimento publicitário no Brasil, mantendo a posição de terceiro maior meio em participação, atrás apenas da TV e internet. Foram aproximadamente R$3,1 bilhões investidos em 2024, segundo o relatório Cenp-Meios. Em termos mais amplos, nosso setor movimenta cerca de R$5,5 bilhões por ano, quando consideramos toda a cadeia envolvida, conforme aponta o estudo realizado pela consultoria Tendências. Essa atividade gera milhares de empregos e renda, e posiciona a mídia exterior como uma engrenagem importante da economia criativa brasileira.

Outro ponto relevante é a diversidade e a capilaridade do mercado. Segundo levantamento da Central de Outdoor, 51% dos operadores são empresas de porte médio e 40% são micro ou pequenas. Cerca de 60% atuam em um único estado e 59% operam em até 10 municípios. Essa interiorização se reflete na presença ativa da mídia OOH em centenas de cidades, onde os anunciantes conseguem dialogar diretamente com comunidades locais, muitas vezes com mais eficiência do que em grandes centros.

Do ponto de vista tecnológico, 2025 marcou a consolidação da digitalização. Hoje, 81% das empresas já contam com equipamentos digitais em seu inventário; apenas em 2024, 63% adquiriram novos painéis digitais, e 76% pretendem continuar investindo. Esse avanço impulsiona o crescimento das campanhas dinâmicas, do uso de dados em tempo real e da mídia programática. O setor está vivendo uma mudança de escala mundial, em que o digital já responde por metade dos investimentos em alguns mercados. 

Não foi apenas a tecnologia que avançou, a criatividade também ganhou destaque. O Brasil se tornou o primeiro país a receber o título de Creative Country of the Year no Festival de Cannes, com diversas campanhas premiadas na categoria Outdoor. Painéis interativos, projetos sensoriais e integrações com redes sociais marcaram as inovações de 2025. Também participamos ativamente dos eventos da World Out of Home Organization (WOO) e da ALOOH (Associação Latino-Americana de Out-of-Home), levando cases brasileiros ao mundo e trazendo novas referências e inspirações.

Esse cenário ganhou ainda mais relevância ao longo de 2025 com a atuação da Central de Outdoor no WOO Global Congress e com a liderança brasileira no Comitê de Associações da América Latina da ALOOH. Pela primeira vez realizado na América Latina, o congresso da WOO reuniu o setor no México, e o Brasil esteve presente com uma delegação representativa e participação ativa nos debates sobre inovação, mensuração, ESG e os próximos passos da mídia exterior. Paralelamente, a coordenação do comitê latino-americano reforçou nosso papel como ponte entre mercados, estimulando a troca de experiências, o alinhamento de boas práticas e o fortalecimento regional. Esse protagonismo é fruto de um trabalho coletivo, que posiciona o Brasil não apenas como um grande mercado, mas como uma referência estratégica.

Três pilares sustentam nossa trajetória: dados e métricas, inovação e sustentabilidade. Em dados, evoluímos com ferramentas de mensuração e checking automatizado. Em inovação, os formatos digitais, DOOH indoor e realidade aumentada se multiplicaram. Em sustentabilidade, vimos o avanço da energia solar, materiais recicláveis e a consolidação do conceito de mídia regenerativa. Afinal, o outdoor também pode iluminar, revitalizar e transformar.

Sem dúvida, 2025 ficará marcado pelos exemplos concretos de que a mídia exterior é sinônimo de impacto e ROI (Return On Investment). O OOH deve ser visto também como um serviço público, integrado esteticamente e funcionalmente ao ambiente urbano, e não apenas como um espaço comercial. Em 2026, esperamos ver o setor ainda mais engajado em iniciativas verdes e em ações de regeneração urbana que gerem valor para as cidades.

Pessoalmente, estou entusiasmado com as perspectivas para o próximo ano. Vejo um setor mais profissionalizado, unido e diverso, que soube superar desafios e agora colhe os frutos de um trabalho consistente. Vejo anunciantes descobrindo novas aplicações para o out of home, cidades mais abertas ao diálogo com nossas empresas e a criatividade nas ruas alcançando novos patamares, com mais cases premiados e reconhecimento internacional.

Se 2025 representou a retomada e a reinvenção, 2026 será o ano da consolidação e da expansão sustentável. Estamos preparados para crescer em tamanho sem perder a alma, mantendo a proximidade humana que sempre caracterizou a mídia OOH. Afinal, poucos meios se conectam de forma tão genuína com as pessoas no dia a dia, nas ruas, avenidas, transportes e nos lugares onde a vida realmente acontece.

Seguiremos aproveitando essa força única, agora potencializada por tecnologia e colaboração, para fazer o setor crescer de forma equilibrada, inovadora e responsável, honrando a tradição do outdoor e, ao mesmo tempo, abraçando o futuro com coragem.